O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez a abertura oficial da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, promovida pela Universidade de Caxias do Sul. O chefe do executivo nacional foi acompanhado pelos ministros Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações, e Milton Ribeiro, da Educação.
Na UCSGRAPHENE, o presidente fez a inauguração oficial da primeira e maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina.
A Comitiva Presidencial foi composta ainda pelos ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral de Governo, Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, Carlos França, das Relações Exteriores, e Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil.
Presidente e ministros conheceram, primeiramente, a planta da Universidade, resultante de 17 anos de pesquisas da UCS na área e com capacidade de produção de até 500 kg/ano. O professor e coordenador da UCSGRAPHENE, Diego Piazza, explicou às autoridades as propriedades do grafeno, um dos materiais mais fortes e leves do mundo, e o mais fino que existe: 200 vezes mais resistente que o aço e considerado um dos maiores recursos da atualidade para aplicações em alta tecnologia.
Na ocasião, o reitor da UCS, Evaldo Antonio Kuiava, ressaltou que o potencial já é realidade no mercado. “O ecossistema de inovação na Universidade qualifica o ensino e impacta o mercado, através da conexão estabelecida com as empresas. Dispomos de um produto viável à indústria, capaz de gerar renda para a sociedade com tecnologia brasileira”, destaca.
Após, presidente e ministros foram direcionados ao Ginásio I da Vila Poliesportiva do Campus-Sede da UCS, onde participaram da inauguração da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, evento realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), pela Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), pelas UCS, UCSGRAPHENE e ZextecNano.
Entre os expositores da feira que receberá o público empresarial na próxima semana, de 12 a 16 de julho — empresas que já aplicam o grafeno em seus produtos e soluções — estão IKG Química, Taurus Helmets, Giroplastic, New Tech Company, Taurus, Lavita, RodOil, ZNano, Ford, Sinalsul, Pettenati, Imobras, Apolo, VerGraf, ModalEduca, ZextecNano e UCSGRAPHENE.
Assinaturas em apoio ao desenvolvimento de projetos
O diretor de Operações da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Carlos Eduardo Pereira, e o reitor da UCS assinaram um termo de adesão da UCSGRAPHENE à Rede MCTI/EMBRAPII de Inovação em Grafeno, que tem por objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada em grafeno.
O ministro Marcos Pontes assinou a Portaria Ministerial que institui o Programa InovaGrafeno, um dos programas estratégicos da iniciativa brasileira de nanotecnologia que atua como vetor nacional para o desenvolvimento do grafeno e da próxima geração dos materiais 2D à base de carbono.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, acompanhado do ministro Marcos Pontes, assinou o decreto que institui a Política da Ciência, Tecnologia e Inovação de Materiais Avançados, que tem por finalidade orientar o planejamento, as ações e as atividades para fomentar o desenvolvimento de materiais avançados — como o grafeno — para serem aplicados a diversas cadeias de valor, visando o aumento da competitividade da economia nacional.
Projeto para aplicação do grafeno na área da saúde recebe verba de R$ 1,8 milhão da Finep
O projeto que busca desenvolver nanocompósitos poliméricos contendo grafeno para aplicação em tratamento cutâneo e medicina regenerativa, desenvolvido na Universidade de Caxias do Sul (UCS), recebeu verba da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$ 1.832.753,50. A assinatura do convênio entre a UCS e a Financiadora em apoio ao projeto “Desenvolvimento de nanocompósitos poliméricos contendo grafeno para aplicação em tratamento cutâneo e medicina regenerativa”, foi realizada durante a inauguração da 1ª Feira Brasileira do Grafeno pelo presidente da Finep, general Waldemar Barroso Magno Neto, e pelo reitor da UCS, Evaldo Antonio Kuiava.
O recurso será usado no desenvolvimento de curativos para tratamento cutâneo e medicina regenerativa que utilizam o grafeno e/ou seus derivados, bem como na confecção de materiais de prototipagem 3D e de restauração e regeneração na área da odontologia. Com o estudo será possível determinar quais são as atividades biológicas antimicrobiana, antiviral, anti-inflamatória, antioxidante, citotóxica e genotóxica existentes no grafeno e em seus nanocompósitos poliméricos.
Desde que a UCSGRAPHENE iniciou suas operações em março de 2020, mais de 150 propostas para o uso do material foram apresentadas, envolvendo inúmeras áreas — inclusive a da saúde. Entre as aprovadas, está o projeto detentor do apoio da Finep, que foi articulado pela Agência de Inovação UCSiNOVA — envolvendo os Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Biotecnologia, Engenharia e Ciência dos Materiais, e Engenharia de Processos e Tecnologias da UCS, em parceria com a UCSGRAPHENE.
Para a coordenadora de Inovação da UCSiNOVA, Fernanda Pauletto D’Arrigo, a combinação de áreas de conhecimento envolvidas nessa pesquisa a torna única e importante para a Universidade. “Além disso, o projeto trará um grande impacto tecnológico para a sociedade. Em breve, os resultados já poderão ser vistos e estarão disponíveis também no mercado, para melhorar a vida das pessoas”, comenta.
Solenidade
Durante o evento de abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomênico, destacou a contribuição da região para o desenvolvimento do país e ressaltou o trabalho da comunidade. “O senhor viu aqui uma amostra do Brasil que dá certo. A Universidade de Caxias do Sul faz uma demonstração de grandeza, elevando o país para um patamar de exportação de tecnologia e não apenas de commodities e minério”.
O presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), José Quadros dos Santos, ressaltou a ousadia da iniciativa de desenvolvimento da UCSGRAPHENE. “Rompemos o paradigma da academia e transformamos pesquisa em produtos, tiramos da prancheta. Estamos gerando nota fiscal, criando oportunidades, empregos, destinando impostos e colocando definitivamente o Brasil no mapa mundial da inovação, tudo isso com recursos próprios”. Quadros considerou que Caxias do Sul tem condições de produzir uma bateria de grafeno e compartilhou com o público que foi protocolado projeto de lei, pelo deputado federal Giovani Cherini, que denomina a UCS como Vale do Grafeno e do Nióbio.
O reitor da UCS, Evaldo Kuiava, mentor do projeto da UCSGRAPHENE, apresentou as mantidas da FUCS e aspectos da Universidade na produção de conhecimento, bem como sua presença em rankings nacionais e internacionais de pesquisa e inovação. “Soma-se a essas conquistas a constituição da UCSGRAPHENE”, sendo a primeira Feira Brasileira do Grafeno uma oportunidade para mostrar à sociedade o trabalho desenvolvido e para além das pesquisas, sua aplicação, reforçou, também solicitando apoio para a ampliação de ações com foco em grafeno e nióbio. “Queremos um Brasil mais próspero para todos, e o caminho, sem dúvidas, é por meio da parceria entre universidades, empresas, poder público, sociedade civil organizada em seus diversos setores, cada ator e hélice precisa fazer sua parte. Que artigos científicos e patentes possam contribuir para o desenvolvimento econômico, que os produtos das empresas brasileiras sejam mais competitivos e agreguem valor de mercado. Não descuidamos, além de tudo isso, das humanidades, que nos dão estofo ético e estético para vivermos e convivermos, construirmos uma sociedade mais justa”, pontuou.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, afirmou que projetos como os propostos pela UCSGRAPHENE têm o potencial de modificar a realidade brasileira, propondo novas possibilidades à matriz produtiva nacional. “Nós temos aqui uma Universidade que produz conhecimento e transforma em produtos, e é isso que precisamos no Brasil: transformar conhecimento em nota fiscal e empregos. E isso através do trabalho de pesquisadores, professores e empresários trabalhando juntos”.
O presidente da República Jair Bolsonaro frisou que o grafeno representa uma nova perspectiva tecnológica para o Brasil no cenário internacional. “Não é fácil nós evoluirmos em Ciência e Tecnologia, geralmente tem sempre alguém na nossa frente. Agora, uma grande fresta apareceu, um grande horizonte, uma fronteira incomensurável e, ao passar por aqui, vi algo fantástico para nossa pátria”, destacou. Otimista em relação aos usos do grafeno, Bolsonaro destacou as conversas que teve durante a visita com o empresário Hugo Souza, CEO Zextec, e com o coordenador da UCSGRAPHENE, Diego Piazza. “Falei com eles de uma possível superbateria. Até me exaltei e falei que seria o fim do ciclo do petróleo. Pode não ser, com certeza, mas é o início de uma menor importância dos combustíveis vindos dos fósseis”.
Fonte: Assessoria de Imprensa / Fotos: Daniel Herrera / Divulgação