O Conselho Federal de Medicina suspendeu temporariamente a Resolução que limitava a prescrição de medicamentos à base de cannabis com fins medicinais. Uma conquista importante para os pacientes e para a ciência. A decisão foi tomada pelos integrantes do plenário do Conselho Federam de Medicina nesta semana.
Médicos e entidades apontam que existe comprovação científica para o tratamento com canabidiol de diversas comorbidades e condições clínicas. Na semana passada, cinco entidades assinaram uma nota conjunta contra a resolução, entre elas, a Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (ABRACRO).
O canabidiol é um produto químico derivado da planta Cannabis sativa, também conhecida como maconha ou cânhamo. Conhecida há séculos, foi nos últimos anos que ganhou notoriedade em seu uso medicinal, incitando sua legalização.
Um dos pontos defendido pelas entidades é o bem-estar de quem já faz o tratamento e obtém bons resultados. O manifesto critica inclusive a proibição de que médicos comentem sobre esse tipo de tratamento em palestras e cursos sobre o assunto. Além disso, essas restrições redundam em graves prejuízos a pacientes que fazem uso da cannabis medicinal, ou que poderiam vir a fazer.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, o único medicamento à base de cannabis registrado no Brasil é o Mevatyl, liberado como adjuvante no tratamento de espasticidade na esclerose múltipla, causada por danos ou lesões na parte do sistema nervoso central. Desenvolvido em várias fases, da concepção da ideia até os testes clínicos, e depois comercializado, o Mevaty é um medicamento, pois passou pelos mesmos requisitos técnicos aplicados a todos os demais registrados na agência, o que envolve estudos clínicos e comprovação de segurança e eficácia, entre outras exigências.
Confira entrevista do Dr. Drauzio Varela com a Dra. Carolina Nocetti sobre o que é mito e o que é verdade na descriminalização da maconha para fins medicinais: