O Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, de Caxias do Sul, promove no dia 27 de abril, a partir das 19h30min, a roda de conversa “Indígenas e contextos urbanos: apagamento histórico e retomadas na Serra Gaúcha”, uma atividade alusiva a data que rememora os Povos Indígenas do Brasil .
A iniciativa pretende promover um debate com o público presente sobre o apagamento dos povos indígenas nas narrativas históricas da região nordeste do Estado, conhecida como Serra Gaúcha, e ao mesmo tempo, dar visibilidade às retomadas por territórios e fortalecimento de suas culturas.
Ao pensar na história do processo de ocupação humana desta região é comum recordar a participação dos imigrantes europeus e minimizar a presença indígena, como se no passado a região tivesse um vazio demográfico e estivesse pronto para ser ocupado e colonizado. No entanto, há estudos historiográficos e arqueológicos que evidenciam os nativos como um agente histórico antes, durante e depois do processo migratório. Além disso, as aldeias Kaingangs em Farroupilha e Bento Gonçalves trazem à tona a jornada de retomada aos territórios ancestrais e a permanência na terra.
Neste evento, a ideia é escutar relatos atravessados pelas histórias dos povos indígenas do sul do Brasil, como o ato de retorno aos seus territórios, os processos migratórios para a cidade, a autoafirmação em contextos urbanos e o reconhecimento de suas culturas. Sob a mediação de Ramon Tisott, docente da área de História da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e do município de Caxias do Sul, contaremos com as participações de Orilde Ribeiro, acadêmica de Pedagogia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS ) e professora da Escola Indígena Nivo (comunidade Pãnónh Mág, em Farroupilha/RS), Caroline Silva, mulher indígena em retomada, Mônica de Souza Chissini, docente da área de Letras do IFRS/ Campus Farroupilha e Odériê, artista afro e indígena da etnia ChaYúa.
A realização da atividade é uma parceria entre a equipe de servidores do Arquivo Histórico Municipal e os convidados, que conta com o apoio da Comunidade Kaingang Pãnónh Mág, do IFRS – Campus Farroupilha e do Curso de Graduação em História da UCS.