Você sabia que em 12 de maio de 1925 foi criado o serviço de remoção de lixo na zona urbana? Que em 03 de novembro de 1923, forças revolucionárias invadiram o município? Que o centro da cidade já foi chamado de Cidade Baixa? Esses e tantos outros fatos sobre Bento Gonçalves estão devidamente registrados em vários itens que compõem o Arquivo Histórico de Bento Gonçalves. E neste 09 de junho comemora-se o Dia Internacional dos Arquivos.
A data chama a atenção da importância dos arquivos históricos para as sociedades e municípios. Neles, tem-se acesso a diversos fatos que compõem a linha do tempo, evidenciando suas relevâncias para um processo de evolução da vida dos cidadãos. Desta forma, constitui-se fonte primordial de pesquisa e o Arquivo Histórico de Bento Gonçalves (AHBG) possui um material rico de registros alinhados a uma missão de preservá-los, tornando-se um patrimônio material inestimável.
Atualmente, o Arquivo conta com 11.085 itens ou conjuntos de itens catalogados, sendo 8.450 digitalizados o que corresponde a 76,23%. São documentos desde 1890, que sobreviveram às ações do tempo, produzidos pela Prefeitura, fonte primária do AHBG. O local ainda possui uma biblioteca e hemeroteca (jornais), mapas, fotografias, entre outros itens de relevância histórica.
O acervo é regido pelos princípios da Arquivística, cujos padrões são adotados internacionalmente, considerando aspectos como proveniência (origem da fonte, sem ser misturado aos arquivos de outras unidades geradoras), preservação da estrutura documental original, temporalidade, relevância histórica, organicidade e unicidade.
De acordo com o coordenador Vagner Boni, o AHBG passa por um processo inédito desde sua criação, o qual consiste na revisão, reorganização, catalogação completa com indexação, recuperação, armazenamento adequado e digitalização. “Este processo tem por objetivo a preservação do acervo, diminuindo o manuseio e a deterioração dos itens, bem como, facilitar a pesquisa. Até o momento passaram por este processo, iniciado em meados do ano de 2021, 1.889 códices (livros, a maioria com aproximadamente 200 folhas), 566 itens de mapoteca, 406 itens compostos por quadros, cartazes e folders, 7.309 fotografias, além de itens de hemeroteca e biblioteca, sendo este um processo contínuo”, ressalta.
A digitalização segue o formato padrão JPG, porém, alguns itens que contêm texto, como folders, relatórios, jornais e índices, transformado em PDF pesquisável. O catálogo do Arquivo Histórico pode ser acessado por meio deste link.
O Arquivo Público de Bento Gonçalves atende sobre pesquisadores com agendamento pelo telefone (54) 3055-7138 ou pelo e-mail arquivohistoricobg@gmail.com
Alguns fatos sobre o município de Bento Gonçalves:
– O município, criado em 11 de outubro de 1890, teve a instalação da câmara e primeira sessão em 23 de outubro de 1890.
– A efetivação do município ocorreu com a instalação do conselho municipal, posse do intendente e promulgação da lei orgânica em 24 de novembro de 1892.
– Em 21 de novembro de 1893 um grupo de rebeldes federalistas invadiu a vila de Bento Gonçalves, roubou armas e munição da guarda municipal e de comerciantes, além de soltar um preso.
– Várias ruas já mudaram de nome, entre elas a Rua da Misericórdia e a Rua da Esperança, que passaram a ser, em 1915, as ruas Barão do Rio Branco e General Osório.
– Em 03 de novembro de 1923 forças revolucionárias invadiram o município, no contexto da revolução que assolou o Estado naquele ano.
– Em 12 de maio de 1925 foi criado o serviço de remoção de lixo na zona urbana.
– Em 1930, como consequência da Revolução capitaneada por Getúlio Vargas, ocorreram várias mudanças, como o fechamento da Câmara, estabelecimento de diretrizes sobre o comércio e consumo de alimentos durante período de operações militares, e o cargo de Intendente passa a ser denominado Prefeito.
– Em 1932 Monte Belo passa a ser grafado Montebello em alusão a uma batalha italiana.
– O ano de 1937 trouxe o Estado Novo, governo ditatorial de Getúlio Vargas, que promoveu várias mudanças, sendo a primeira delas mais um fechamento da Câmara, em 10 de novembro desse ano, que duraria até 1946.
– Dentro do contexto do Estado Novo também havia o conceito de abrasileiramento de nomes, assim, a Linha Paulina mudou para Ipiranga e o Rio Buraty para Itacaré, por lei municipal, em 1939.
– Também dentro do conceito de abrasileiramento de nomes, um Decreto-lei estadual alterou os nomes de Montebello e Santa Tereza para Caturetã e Aratinga em 30 de junho de 1939, os quais só voltariam a ser denominados Monte Belo e Santa Tereza em 1947.
– Numa história relativamente mais recente, temos que em 14 de janeiro de 1987 um protesto de agricultores cobriu as ruas de uva; e que o centro da cidade já foi chamado Cidade Baixa.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura