A erva-mate tradicional, agora, é patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. E não apenas a erva em si, mas todo o sistema cultural e socioambiental que envolve sua produção. A assinatura do documento ocorreu, nesta terça-feira, em cerimônia no Galpão Crioulo do Palácio Piratini.
É a primeira vez que o Estado registra um patrimônio como este. “Nós entendemos que deveria ser exatamente a erva-mate, pelo simbolismo que traz pela relevância da erva mate e do do chimarrão para o gaúcho”, explicou a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.
O processo para o reconhecimento começou em 2019 e foi realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). “Tem várias exigências que são feitas para que nós tenhamos veracidade, para que nós tenhamos autenticidade, na hora de reconhecer um patrimônio cultural imaterial”, explicou a secretária da Cultura.
Conforme Beatriz, novos símbolos podem entrar para a lista. “Nós temos já outros em andamento e, em breve, poderemos dar notícias acerca de outros bens que farão parte também do livro do patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul”, afirmou.
Participaram da cerimônia de anúncio da novidade representantes indígenas do povo Mbya Guarani, com apresentação do coral indígena Teko Guarani, destacando a importância dos povos originários para a cultura da erva-mate no Estado. “São os que apresentam para o mundo, para nós, na verdade, a erva-mate com toda a característica que ela tem hoje”, disse o governador.
A aldeia Ka’a Mirindy, de Camaquã, é uma das produtoras de erva-mate tradicional no Estado. O cacique, Eduardo Timóteo detalhou que é um produto natural. “Não mistura com outra coisa, é erva pura mesmo, aí traz saúde”, afirmou o cacique.