Clara Nunes estaria completando 81 anos de vida neste mês de Agosto se não tivesse morrido há 40. Ela nasceu em Caetanópolis, Minas Gerais, no dia 12 de agosto de 1942. Para lembrar o aniversário, a Universal Music – companhia detentora de toda a obra fonográfica editada pela cantora mineira na gravadora Odeon entre 1966 e 1983 – reedita no formato original de LP o sexto álbum da artista, Clara Nunes, lançado em 1973, há 50 anos, com capa que expunha a cantora em obra do artista plástico baiano Luiz Jasmin (1940 – 2013).
Convertida ao samba em 1971, Clara virou estrela da primeira grandeza na música brasileira a partir do álbum Alvorecer, lançado em 1974. Produzido por Adelzon Alves, Clara Nunes – o disco de 1973 que volta ao mercado fonográfico em LP fabricado com vinil amarelo – foi álbum de consolidação da conversão arquitetada dois anos antes por Adelzon.
O repertório destacou os sambas Tristeza pé no chão (Armando Fernandes Mamão, 1973) e Quando eu vim de Minas (Xangô da Mangueira, 1973) entre regravações de É doce morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado, 1941) e Umas e outras (Chico Buarque, 1969).
Vinicius de Moraes (1913 – 1980) – com quem Clara fazia na época o show A moça, o poeta e o violão (1973) ao lado de Toquinho – aparece duplamente no repertório como letrista de Amei tanto (1966) e da inédita O mais que perfeito (1973), em parcerias com Baden Powell (1937 – 2000) e Jards Macalé, respectivamente.
O álbum Clara Nunes trouxe ainda uma pérola do samba, Fala viola (Eloir Silva e Francisco Inácio, 1973), cuja letra menciona a palavra pagode alguns antes de o termo sair das rodas carioca e ganhar projeção nacional.
Fonte: g1