O Vaticano decidiu que a Igreja Católica deve permitir que as pessoas transgênero sejam batizadas e também apadrinhem pessoas e casamentos. O setor da Igreja que toma decisões sobre a doutrina recebeu uma série de perguntas sobre esses temas de um bispo do Brasil, José Negri, da diocese de Santo Amaro.
O bispo de Santo Amaro enviou seis perguntas ao escritório doutrinário da Igreja em julho. As perguntas eram relacionadas às pessoas LGBTQIA+ e sua participação nos sacramentos do batismo e do matrimônio. O departamento responsável pelas respostas, o Dicastério da Doutrina da Fé, deu as seguintes respostas:
? Pessoas transgêneros podem ser batizadas?
Podem, com algumas condições e se não houver “risco de causar um escândalo público ou desorientação entre os fiéis”.
?❤️? Pessoas transgêneros podem ser padrinhos de batismo e de casamentos?
Podem, mas a decisão fica a critério dos padres, que devem ter prudência ao tomar suas decisões.
? Uma pessoa em uma relação com uma outra do mesmo sexo pode ser testemunha de casamento?
Pode, não há nada que proíba isso na legislação canônica.
? Um casal de pessoas do mesmo sexo que adotou uma criança ou que teve filho por meio de barriga de aluguel pode batizar o filho em uma cerimônia católica?
A resposta é dúbia, mas não nega: grosso modo, diz que é preciso haver esperança bem fundamentada de que a criança será educada na religião católica.
? Uma pessoa em uma relação com uma outra do mesmo sexo pode ser padrinho ou madrinha?
A resposta também foi dada com nuances. A conclusão é que a pessoa tem que ter uma vida em conformidade com a fé.
Quem escreveu as respostas
As três páginas de perguntas e respostas foram assinadas pelo chefe do departamento, o Cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, e aprovadas pelo Papa Francisco em 31 de outubro. Elas foram publicadas no site do departamento na quarta-feira usando a palavra italiana para “transsexuais”.
O Papa Francisco, de 86 anos, tem tentado tornar a Igreja mais acolhedora para a comunidade LGBTQIA+ sem alterar os ensinamentos da Igreja, incluindo o que diz que a atração pelo mesmo sexo não é pecaminosa, mas os atos do mesmo sexo são.
Fonte: g1