Crédito da foto: Laura Testa

Foram nove dias ininterruptos de muito teatro, circo e dança, com adultos e crianças lotando plateias. Uma maratona cultural com muita arte, emoção e alegria, com encontros e reencontros em cima e embaixo dos palcos. Assim foi o Festival Movimenta Cena Sul, ação emergencial anunciada pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), para apoiar trabalhadores da cultura afetados direta ou indiretamente pelas enchentes, que marcou a retomada do setor de artes cênicas do Rio Grande do Sul nos últimos dias.

Quem passou pelo complexo cultural Theatro São Pedro e Multipalco entre os dias 19 e 27 de julho pode conferir de perto o sucesso da iniciativa, que teve todos os seus ingressos esgotados, com mais de 5 mil espectadores presentes. Foram diversas atrações oferecidas para o público, todas com artistas gaúchos: além de 15 espetáculos selecionados através de uma chamada pública, com importantes grupos da nossa cena cultural, foram contratados 27 artistas circenses que receberam os espectadores antes de todas as sessões, e três convidados especiais que participaram da festa de encerramento da mostra no último sábado.

A expectativa era impactar mais de 300 trabalhadores do setor, mas somente com essa ação inicial já foram geradas 500 contratações, superando a previsão inicial do festival. E os resultados serão maiores, já que ainda serão anunciadas 30 intervenções artísticas, também selecionadas através de edital, que acontecerão em diferentes municípios do Estado entre os dias 16 de agosto e 1º de dezembro. Com todos esses desdobramentos, além de quatro oficinas virtuais ministradas nos últimos dias para 160 profissionais de artes cênicas, sendo 80 deles bolsistas, o projeto aportará mais de meio milhão de reais, sendo R$ 500 mil do Banrisul e R$ 74,9 mil do Instituto Estadual de Artes Cênicas (IEACEN), e espera atingir mais de 10 mil espectadores.

A diretora artística do Theatro São Pedro, Gabriela Munhoz, destacou a importância do evento para a classe artística e para a formação de novas plateias: “O evento gerou trabalho e pulso para centenas de trabalhadores da arte e da cultura do nosso estado, e experiência para milhares de espectadores. Durante esses nove dias ininterruptos de festival, tivemos a oportunidade de viver e testemunhar belezas e riquezas difíceis de serem traduzidas”.

A programação dos últimos dias destacou importantes montagens produzidas em sete cidades do Rio Grande do Sul, incluindo espetáculos premiados e com extensa trajetória, assim como produções mais recentes, todos escolhidos por uma criteriosa curadoria, após avaliação de mais de 150 inscritos.

Nos palcos do Theatro São Pedro, Teatro Oficina Olga Reverbel, Concha Acústica, Sala da Música e Praça Multipalco, o público conferiu os espetáculos Dalí; Onde está Cassandra?, de Cassandra Calabouço; A mulher que queria ser Micheliny Verunschk, da Cia Stravaganza; Ubumpuru Transversal – Uma Corpa Marginal, de AJeff Ghenes; O Inverno do Nosso Descontentamento – Nosso Ricardo III, da Cia Teatro ao Quadrado; Mesa Farta, do Grupo Pretagô; Ecos, da Transforma Cia de Dança; O Sol de Cada Um, da Sintonia Teatral; Laysa Taylor: Memórias de uma Diva, do Núcleo de Póiesis Teatrais; Mulheragem, da Cia Dramática; Instinto, do Coletivo GOMPA; Habite-me, da Líria Cultural; Zaze-Zaze: Uma Festa para Vavó, da Usina do Trabalho do Ator; Cotidiano Urbano, do Restinga Crew; e Persona, da Ânima Cia de Dança; além da batucada coletiva independente do bloco Turucutá, a DJ Nanni Rios e a feira multicultural Poa Criativa.