A situação climática instável e trágica no Rio Grande do Sul levou a curadora da Feira Le Marché Chic, Luciana (Lulu) Alberti a adiar, novamente, o evento. A nova data será no dia 1º de junho, sábado, a partir das 14h, no Pátio da Estação (Fase II, área fechada), em Caxias do Sul. “O adiamento foi feito em respeito a expositores e visitantes. No mais, a programação é intensa e se mantém”, afirma Lulu.
Nesta 73ª edição, são cerca de 50 expositores, que utilizam-se da feira como uma vitrine para fortalecer seus negócios e criar networking. Atualmente, já se contabilizam 750 marcas impulsionadas e seis cidades ativadas pela realização da Le Marché.
Além da mostra de produtos, o público estimado de 1500 pessoas será agraciado com shows de música e performances artísticas, além de gastronomia farta. Oportunidade também para o lançamento de novos talentos a partir de interações e bate-papo sobre negócios.
Desde 2016, quando criou a primeira feira de produtos artesanais feitos à mão, ainda chamada de “Mercado Chic Boutique”, os nomes da feira (hoje, Le Marché Chic) e da curadora, Luciana (Lulu) Alberti, já foram colocados ao lado de vários qualificativos. Mas, na visão de (simplesmente) Lulu, “caprichado” é o que define melhor o trabalho que vem realizando em prol de artistas empreendedores.
Caprichar, nesse caso, quer dizer cuidar dos detalhes, valorizar cada peça com a presença do autor, garantir conhecimento, informações e condições para que os expositores possam mostrar o seu melhor, em termos de qualidade e força do trabalho autoral.
Tudo o que se verá na feira é criado manualmente (handmade), em pequena escala, prezando pelo consumo ético, em contrapartida ao movimento fast fashion (produção em massa, material de menor qualidade e mão-de-obra barata), que tomou conta do setor da moda, especialmente nos últimos anos. “A Le Marché é uma experiência de produção diferente, mas também de compra diferenciada. Os visitantes falam cara a cara com quem produz, passeiam, se divertem e contribuem com o trabalho de novos empreendedores”, comenta a curadora Luciana (Lulu) Alberti.
A curadora da Le Marché Chic entrelaça a própria história familiar a seus objetivos de vida e à luta pelo slow fashion, movimento que busca valorizar todas as etapas do processo de produção, resultando em bens de maior durabilidade e qualidade sustentável, além de ecologicamente corretos. “Minha bisavó fazia macramê, minha avó fazia crochê e minha mãe bordava. A história da Le Marché Chic segue o caminho, praticamente com as mesmas linhas e agulhas”.
O slow fashion tem se tornado um pilar importante para a mudança de paradigma no mercado da moda por sua logística mais sustentável quanto ao reaproveitamento de materiais, à inovação de processos e ao uso de matérias-primas mais sustentáveis a partir de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente. “Por isso, o próximo passo é transformar a Le Marché Chic em uma startup dedicada à moda, à arte e ao design, adentrando com maior profundidade o mundo da economia criativa”, projeta Lulu.
Em prol do movimento slow fashion, o Sebrae e a Fundação Ellen McArthur (rede líder mundial em economia circular) trazem os seguintes dados: a produção de artigos de moda dobrou nos últimos 15 anos em todo o mundo. E os dados relacionados a esse aumento ainda causam espanto: por exemplo, cerca de um caminhão de lixo cheio de roupas é queimado ou enviado para aterros a cada minuto. Isso é suficiente para encher mais de um prédio de cem andares por dia somente com roupas descartadas. Outro dado nesse sentido aponta que para produzir uma única camiseta de algodão são necessários cerca de 2.700 litros de água, o suficiente para uma pessoa se manter hidratada por 2,5 anos.
Portanto, para quem quiser obter mais informações, ao mesmo tempo em que se diverte e adquire produtos ao estilo handmade, a Le Marché Chic é a opção perfeita para o sábado, dia 4 de maio, a partir das 14h, junto ao Pátio da Estação, em Caxias do Sul. O convidado especial é Diego Oselame.