No próximo sábado, dia 31 de agosto, às 19h30, o espetáculo “Odila” será apresentado no Centro Comunitário do Bairro Santa Fé, em Caxias do Sul. Parte do encerramento do projeto de circulação “À Memória de Odila”, a peça já foi apresentada no Bairro Desvio Rizzo e tem a última data marcada para 14 de setembro, no Bairro Euzébio Beltrão de Queiróz.
Encenada e dirigida pela atriz Tina Andrighetti, a peça é um monólogo que conta a vida da jovem cidadã caxiense Odila Gubert, sobrevivente da tragédia na Metalúrgica Gazola, que fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros. Aos 20 anos, ela teve o rumo de sua vida totalmente alterado ao perder a perna direita no grave acidente que, ainda, vitimou fatalmente sete operárias que trabalhavam no local.
“Odila” retrata um fragmento desse acontecimento, que está eternamente entrelaçado com a história da cidade. O espetáculo foi inicialmente montado em 2016 como parte do Projeto Identidades, com o propósito de levar histórias reais à cena. Em 2023, completou-se 80 anos da explosão e 20 anos da morte de Odila Gubert, o que provocou a retomada das atividades da peça com uma agenda privilegiando o caráter popular da obra. Foram sete apresentações nos distritos de Criúva, Santa Lúcia do Piaí, Vila Cristina, Vila Oliva e Vila Seca, como também nos bairros Panazzolo e Petrópolis.
Confira a agenda do espetáculo “Odila”:
Horário: 19h30
Duração: 60 minutos
Classificação etária: + 12 anos
Dia 31/08 (sábado): Centro Comunitário do Bairro Santa Fé (Av. Santa Fé, 628)
Dia 14/09 (sábado): Centro Cultural Euzébio Beltrão de Queiróz (Rua Bento Gonçalves, 3.333, Bairro Euzébio Beltrão de Queiróz)
Sobre a tragédia
Em 22 de julho de 1943, sucessivas explosões ocorreram no principal pavimento da fábrica de munições Gazola, Travi & Cia e vitimaram sete funcionárias, as quais perderam sua vida ao cumprirem o dever “pelo esforço de guerra”: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Olívia Gomes, Irma Zago, Maria Bohn, Tereza Morais e Anoema da Costa Lima, reconhecida como vítima somente em 2018. A tragédia deixou ainda 15 feridos, sendo que uma delas foi Odila Gubert, 20 anos, porém sua vida tomou outro rumo, contrário aos sonhos alimentados até então. Ela teve a perna direita amputada e permaneceu três meses e meio internada devido aos ferimentos. A empresa, encampada pelo Exército, fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros e, naquele dia, cerca de vinte operárias – com idades entre 14 e 20 anos, fabricavam munições no pavilhão. Recém consolidados, os direitos trabalhistas ainda careciam de igualdade entre homens e mulheres e também de cumprimento efetivo.