O maior e mais tradicional carnaval de rua da Serra Gaúcha já tem datas definidas. Conforme o planejamento dos organizadores do evento, Germano Weirich, Guilherme Martinato, Tiago Daltoé, Graziela Chiattone Martins e Marion Martinato, a 9ª edição do Bloco da Velha será realizada, pela primeira vez, em duas ocasiões: uma no dia 3 de março, domingo, e outra no dia 5, terça-feira, na Rua Dom José Barea (entre as ruas Andrade Neves e Treze de Maio), próximo à Maesa. E a folia não para por aí. O quinteto ainda agita um ensaio aberto para o dia 24 de fevereiro, a partir das 16h, no La Birra.
A folia no domingo (03/03) ocorrerá das 14h às 22h e na terça (05/03), das 15h às 22h, sempre com a Banda Bloco da Velha em revezamento com o DJ Jorge de Jesus, o Mono, e muitas outras atrações.
O evento tem entrada franca e conta com o financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Caxias do Sul e o apoio cultural da Racon Consórcios. Além disso, o Bloco da Velha 2019 também está com o projeto aprovado junto ao Pró-Cultura RS – Lei de Incentivo à Cultura do Governo do Estado. Porém, os organizadores aguardam que o CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) aprove convênio que suporte a concessão dos benefícios fiscais de ICMS aos patrocinadores de projetos culturais no âmbito estadual.
Nesse ano, o Bloco da Velha homenageará o cantor e compositor Cartola, considerado um dos maiores sambistas do país. Fundador da Estação Primeira de Mangueira, uma das primeiras escolas de samba do Rio de Janeiro, e um dos compositores mais gravados do Brasil, Cartola lançou seu primeiro disco apenas aos 66 anos de idade, mas entrou para a história da música brasileira.
CARTOLA – ÍCONE DO SAMBA CARIOCA:
Cartola é um exemplo do talento musical brasileiro, e também dos percalços do artista popular rumo ao reconhecimento. Nascido em 1908, Angenor de Oliveira obteve relativo sucesso nos anos 1930, com sambas gravados por Carmen Miranda, Francisco Alves e Araci de Almeida, e parcerias com Noel Rosa e Ismael Silva. Porém, nos anos 1950, o sambista permaneceu um longo período no anonimato, até que o jornalista Sérgio Porto o reconheceu lavando carros em uma garagem. Com o estímulo do amigo, Cartola voltou à cena abrindo com Dona Zica o Bar Zicartola, responsável pela aproximação de compositores da Bossa Nova com os músicos populares, um marco em nossa música.
Somente em 1974 Cartola lançou o primeiro de seus quatro discos solo, revelando ao Brasil os clássicos “As Rosas Não Falam”, “O Mundo é um Moinho”, “Alvorada” e “O Sol Nascerá”. A partir de então, tornou-se um dos maiores compositores do Brasil e referência na nossa música popular. Sua importância para o Carnaval remonta aos primórdios das escolas de samba. Compôs o primeiro samba vencedor da Mangueira e diversos outros enredos para os primeiros desfiles de carnaval. Além de ter fundado “a maior escola de samba do planeta”, Cartola escolheu o nome “Estação Primeira” e as cores da escola – verde e rosa – que serão usadas pelo Bloco da Velha em sua homenagem.
MAIS: Outra novidade de 2019 é o Sarau de Carnaval, que ampliará as ações para além dos dias de folia. O aquecimento para o carnaval ficará por conta de atividades que envolvem as canções que animam a maior festa popular brasileira de todos os tempos. Um pouco de história e muita música irão compor apresentações feitas por integrantes do Bloco da Velha e convidados, sempre com entrada franca. O Café da Velha (Rua Dr. Montaury, 1333) abrirá suas portas para o primeiro encontro nesta quarta-feira, dia 13/02, a partir das 20h, com o tema Grandes Sambas, conduzido por Dan Ferretti, Tonico de Ogun e Germano Weirich, que percorrerão os principais sambas e marchinhas do nosso carnaval.
Para estender as ações, após o carnaval, por requisição da Comissão Municipal de Lei de Incentivo à Cultura de Caxias, as produtoras culturais do Bloco da Velha, Cristina Nora Calcagnotto e Florencia Nieto, ministrarão oficinas de elaboração de projetos culturais aos carnavalescos de Caxias do Sul.
Fonte: Lato Sensu Comunicação / Foto: Divulgação
