Bullying na escola
O ano letivo está começando e a aprendizagem dos estudantes não é a única preocupação dos pais — mais da metade (57%) ficam receosos com a possibilidade de que seus filhos sejam vítimas de bullying no ambiente escolar. Esse dado foi reveladopor uma pesquisa recente que ouviu mais de 250 pais.
O desempenho acadêmico dos filhos não é a única preocupação quando um novo ano letivo inicia. A interação com outros alunos é um aspecto que chama atenção dos pais. Uma pesquisa realizada pela Ecglobal, uma empresa da Haus, plataforma de marketing do Grupo Stefanini, ouviu aproximadamente 250 pessoas para aprofundar a compreensão desse tema.
Dentre as principais preocupações destacam-se o bullying (57%), seguido por comportamentos inadequados dos colegas (48%), segurança física (47%), discriminação (39%) e a falta de apoio emocional (33%). Enquanto isso, a pressão acadêmica representa apenas 15% das menções.
Quando seu filho é o alvo – ou o autor
Nomeia-se bullying quando são identificados três critérios ao mesmo tempo: repetitividade, intenção de causar mal-estar e desequilíbrio de poder. Em outras palavras, a violência precisa se repetir várias vezes, de propósito, contra um colega que está em desvantagem e sem condições de se defender. Apesar de não ter uma idade prevalente, esse tipo de agressão é mais comum no terceiro, quarto e quinto ano do Ensino Fundamental. Também não há consenso sobre o índice de bullying entre meninos e meninas, mas estudos mostram que tende a ser verbal entre elas e físico, entre eles.
Nenhum fator isolado faz com que uma criança sofra bullying, mas existem características que, juntas, colocam algumas em maior risco. Quando são percebidas pelos colegas como “diferentes”, têm poucos amigos ou problemas de confiança, elas acabam virando alvos mais fáceis. Justamente por isso, é fundamental ter um canal de comunicação aberto em casa, para que o pequeno se sinta seguro e acolhido ao contar o que acontece na escola.
Lidar com o fato de que o nosso filho é alvo desse tipo de agressão não é fácil. Aceitar que ele pode ser o autor também não. Não existem fórmulas para conduzir nem uma nem outra situação, mas, nos últimos anos, os estudos mostram que, para os dois casos, o caminho é um só: diálogo, acolhimento e paciência. Ainda que a família exerça um papel importante, também é responsabilidade da escola ajudar nessa missão. Há oito anos, a Lei 13.185/2015 obriga os colégios a adotarem medidas de combate e prevenção ao bullying.
Fica a mensagem: esteja atento, escute o seu filho, valide os sentimentos dele, não julgue e, principalmente, não economize afeto. Esses são antídotos, não somente contra o bullying, mas contra qualquer adversidade que a criança tenha de lidar na vida.
Para ficar de olho
Os sinais mais comuns de que uma criança está sendo alvo de bullying:
– Mudanças de comportamento: Oscilações de humor, dificuldade para dormir e inseguranças em relação à personalidade ou à aparência
– Sintomas físicos: Dor de cabeça, de estômago, enjoo, falta de ar ou de apetite, lesões sem explicações e fingimento de doenças
– Problemas acadêmicos: Queda no rendimento escolar, desinteresse, dificuldade de concentração, resistência em ir para o colégio e sumiço ou danos em materiais
– Isolamento: Perda repentina de amigos ou fuga de situações sociais
Outros dados da pesquisa
A mesma pesquisa também revelou detalhes no que diz respeito à escolha das instituições de ensino. A qualidade acadêmica (21%) vem em primeiro lugar para os pais ao escolher uma escola. Em seguida, está a proposta pedagógica (20%), a proximidade da escola (13%) e a reputação (10%). Quanto aos custos com materiais escolares, as opiniões estão divididas, com 26% considerando a lista razoável e 27% acreditando ser abusiva.
Fonte: Crescer
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