Já conhecida por registrar as mais baixas temperaturas do país no inverno, a cidade de São Joaquim, em Santa Catarina, quer ter agora “a rua mais sinuosa do mundo”. O plano é da prefeitura da cidade, que tem quase 30 mil habitantes, segundo a estimativa mais recente do IBGE.
A licitação para contratar a empresa responsável por tirar do papel o chamado “Complexo Turístico da Rua Sinuosa” está em andamento desde o final de abril, quando foi publicado o edital.
A prefeitura deve divulgar ainda nesta semana o resultado do processo de licitação, homologando ou não a contratação da única empresa que demonstrou interesse na obra, a AACS Engenharia e Empreendimentos Ltda, de Curitiba. A empresa vencedora terá um ano para executar a obra. Além de uma rua sinuosa com dez curvas, o complexo turístico prevê um mirante de vidro.
O custo previsto é de R$ 3.750.498,84. O dinheiro deve sair dos cofres do município por meio do Finisa, financiamento para infraestrutura da Caixa Econômica Federal voltado ao setor público.
Esta, contudo, não é a primeira tentativa da prefeitura de tirar a obra do papel. De acordo com o secretário de Planejamento de São Joaquim, Cezário Flores de Oliveira, já no ano passado havia recursos de emenda parlamentar para a obra, mas duas licitações acabaram desertas, sem empresas interessadas, e o edital foi relançado agora em 2023.
“Estamos ansiosos para que a obra aconteça. A rua mais sinuosa hoje é a Lombard Street, na Califórnia [Estados Unidos], que tem oito curvas. A nossa vai ter dez curvas. Ela sai de um ponto e vai entrar direto na rua central da cidade. Vai ser um marco na questão do turismo”, disse.
O secretário afirmou ainda que a ideia é reforçar a estrutura turística de São Joaquim. Conhecida pela produção de maçã e vinhos, a cidade já costuma aparecer em roteiros de viagens de inverno. No ano passado, a cidade recebeu neve já no mês de maio.
“É uma das cidades mais altas [de Santa Catarina] em relação ao mar, bastante fria. Estamos muito próximos a duas belas serras, que são a serra do Rio do Rastro e a serra do Corvo Branco, e próximos também da divisa com o Rio Grande do Sul”, diz Flores de Oliveira.
O secretário ressalta, contudo, que a ideia não é competir com as gaúchas Gramado e Canela, que têm força turística consolidada no inverno. “A ideia é agregar. Que o turista queira passear nos três lugares”.
Fonte: Folha de São Paulo