A descoberta pode ajudar a compreender o HIV e o impacto do vírus no corpo, bem como levar a melhores tratamentos no futuro
Cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, afirmam ter descoberto como o vírus HIV age para penetrar no núcleo das células humanas, permitindo que ele se replique e se espalhe.
A descoberta, publicada em 19 de janeiro na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pode ajudar a compreender o HIV e o impacto do vírus no corpo, bem como levar a melhores tratamentos no futuro.
Não há um tratamento para a cura da infecção, mas ela se tornou uma condição de saúde controlável, permitindo que as pessoas com HIV tenham vidas longas e saudáveis.
Os pesquisadores da Universidade de Chicago fizeram simulações com milhares de proteínas para descobrir exatamente como o HIV invade o núcleo de uma célula. Para tanto, eles observaram a estrutura da cápsula que contém o material do vírus (capsídeo) e o complexo de poros nucleares da célula humana – a fresta pela qual as informações genéticas entram na unidade.
O químico Gregory Voth, um dos autores do estudo, descreve o complexo de poros como uma “máquina incrível”, responsável por filtrar o que pode ou não entrar no núcleo das células.
No entanto, as simulações revelaram que o capsídeo do HIV consegue se ajustar para se encaixar. “De alguma forma, o vírus descobriu como entrar furtivamente”, afirma Voth.
Foto: Reprodução
Formato do HIV se ajusta para infectar células
Os autores do trabalho descobriram que a flexibilidade e a deformação tanto do capsídeo quanto dos poros nucleares são cruciais para permitir a passagem do material genético do vírus para o núcleo das células. Isso explicaria por que a cápsula do vírus tem o formato semelhante ao de um cone.
Os pesquisadores sabem que essa é apenas uma das várias etapas do processo de infecção, mas consideram que conseguir impedir esse mecanismo seria um avanço significativo na descoberta de uma cura completa para o HIV.
“Poderíamos tentar tornar a capsídeo do HIV menos elástico, o que prejudicaria a sua capacidade de entrar no núcleo”, afirma o químico Arpa Hudait, da Universidade de Chicago.
Fonte: Metropoles