José Rubem Fonseca, escritor que renovou a literatura brasileira no século 20, morreu nesta quarta-feira (15), aos 94 anos, no Rio de Janeiro. Segundo familiares, ele sofreu um infarto e foi levado ao Hospital Samaritano, em Botafogo, mas não resistiu.
Nascido em Juiz de Fora (MG), em 11 de maio de 1925, Rubem Fonseca mudou-se para o Rio aos 8 anos de idade. Formado em Direito, trabalhou como comissário de polícia no início dos anos 1950. Na década seguinte, prestou serviços para o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais.
Entre os principais livros do escritor, estão os volumes de contos “Lucia McCartney” (1967), “Feliz Ano Novo” (1975) e “O Cobrador” (1979), além dos romances “O Caso Morel” (1973), “A Grande Arte” (1983) e “Agosto” (1990).
O escritor mineiro era considerado um dos maiores da literatura brasileira e costumava ser avesso a eventos públicos. Em 2015, ao receber o Prêmio Machado de Assis, entregue pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra, Rubem Fonseca citou seu livro de estreia, escrito aos 17 anos.
Ele também falou sobre como a obra chocou o primeiro editor a quem ela foi oferecida. O “problema” teria sido, justamente, a presença de palavrões no texto. Questionado sobre o fato de Machado de Assis e Eça de Queiroz, algumas de suas inspirações, não usarem palavrões em seus textos, Fonseca afirmou que “as palavras não devem ser discriminadas”.
“Eu escrevi 30 livros. Todos cheios de palavras obscenas. Nós, escritores, não podemos discriminar as palavras. Não tem sentido um escritor dizer: ‘Eu não posso usar isso’. A não ser que você escreva um livro infantil. Toda palavra tem que ser usada”, disse.
Fonte: OSul / Foto: Reprodução Internet