A expografia do Museu do Imigrante traz um processo espaço-temporal histórico onde as peças e objetos revelam uma relação de fundação das raízes de Bento Gonçalves. Nessa narrativa, têm-se possibilidades de realizar releituras e (re) significações que proporcionam ampliar e aproximar com outras áreas, como as Artes, pois a instituição museal também é um centro gerador de novos diálogos. De forma contínua, o Museu do Imigrante traz para a comunidade novos olhares que instigam a percepção e reflexões sobre o papel da arte e suas conjunções com o acervo.

Pensando nessas interações, a comunidade de Bento Gonçalves e região vai conhecer a mais nova exposição que promove propostas que vão além dos fatos históricos como sugere “À luz das memórias: O acervo como construção da narrativa poética”, a partir da próxima sexta-feira, dia 05 de julho, onde traz 38 artistas do Rio Grande do Sul que vão evocar olhares diferentes e contemporâneos para o acervo de longa duração fazendo uma tessitura de narrativas que expressam em múltiplos significados.

A curadoria é de Ana Zavadil que foi curadora-chefe do MARGS em 2013/14, e trouxe para Bento Gonçalves, em 2023, “Um olhar sob o passado” tendo uma proposta semelhante com a nova exposição. “As duas exposições têm o mesmo conceito, mas cada uma guarda seus aspectos, pois apresentam artistas e obras diferentes. O expectador é convidado a interagir com as obras que, misturadas ao acervo propõem um novo contexto para o mesmo”.

Espalhadas pelo prédio, entre os objetos e peças, as obras provocam um processo diferente do usual. “É muito interessante criar a exposição colocando os objetos em lugares inimagináveis para que eles causem estranhamento e reflexões. Na sala destinada às exposições temporárias fica mais caracterizada como uma exposição, mas em meio ao acervo cria novos lugares para a arte”, afirma Ana Zavadil.

Para a museóloga Deise Formolo, a nova parceria coloca o Museu do Imigrante como “um local que se preocupa de proporcionar espaços de leituras que possibilitem ao espectador ser parte integrante da construção dessas memórias, pois essas estão vivas e presentes no cotidiano das pessoas. E a arte vem de encontro de fazer outras conexões, de uma ruptura ao olhar com outra forma de apresentação do acervo. Assim, pode-se contribuir para uma continuidade que transmite permanências e alternâncias”.

A realização é do Museu do Imigrante e da Associação Amigos do Museu do Imigrante (AMI).

Serviço
O que: “À luz das memórias: O acervo como construção da narrativa poética”, com curadoria de Ana Zavadil
Vernissage: 04 de julho, às 19h
Período de visitação: de 05 de julho a 31 de agosto
Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e nos sábados das 8h às 12 e das 13h às 17h
Onde: Museu do Imigrante – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto