Família diz que o trajeto por estrada até o transporte escolar é de 80 km por dia. Prefeitura alega que moradores atravessam o rio como forma de atalho.
O operador de máquinas Júlio César construiu uma balsa para a filha, de 11 anos, conseguir estudar em Crixás, no norte de Goiás. Com o apoio de uma corda amarrada nas margens do rio, o pai atravessa com a balsa para levar a menina até o ponto onde ela pega o transporte escolar. Depois da aula, a travessia de balsa é feita à noite.
Em nota, a Prefeitura de Crixás informou que o transporte da estudante da rede estadual e dos moradores é feito por vias vicinais, não pelo rio Crixás-Açu. Além disso, a prefeitura informou não haver planos para construir uma ponte no local, pois a passagem pelo rio é uma escolha dos moradores como atalho entre fazendas particulares.
No entanto, à TV Anhanguera, a família informou que o caminho que dá acesso ao transporte escolar, na via principal, é longo. São 40 km para ir e 40 km para voltar. Por isso, Júlio viu como uma saída a construção de uma balsa com tambores de plástico. Na volta, a menina usa um colete salva-vidas na travessia, pelo que mostra a imagem.
Pai improvisa balsa para atravessar rio com filha para ela conseguir estudar em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A prefeitura detalhou também que prioriza a manutenção das estradas de acesso à região, garantindo o transporte escolar e facilitando o deslocamento rural (leia nota completa no fim da reportagem).
Em nota, a nota resposta da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc- GO) detalhou que parceria entre o Estado e os municípios garante o transporte escolar dos estudantes da rede pública estadual e está em diálogo com a prefeitura para melhorar o atendimento à estudante. A pasta informou que realiza 10 repasses anuais aos municípios parceiros para cobrir despesas com combustível e manutenção, incluindo Crixás (veja nota completa no fim da reportagem).
Nota Prefeitura de Crixás
A Prefeitura de Crixás esclarece os questionamentos levantados pela imprensa, referentes à situação de uma estudante da Rede Estadual de Educação e dos moradores da região que necessitam atravessar o rio Crixás-Açu para acesso ao transporte escolar.
Em relação ao transporte da aluna e dos moradores locais, ressaltamos que o deslocamento é realizado através das vias vicinais mantidas pelo município, e não por meio de passagens pelo rio, como observado na filmagem em questão.
Quanto à construção de uma ponte no local, esclarecemos que não há previsão para tal empreendimento. É importante ressaltar que não existem estradas municipais ou estaduais que passem pelo ponto em questão, sendo a passagem pelo rio uma rota entre fazendas particulares, utilizada como atalho por alguns residentes.
A administração municipal tem se empenhado em manter as estradas de acesso à região em boas condições de tráfego, o que viabiliza o transporte escolar e o deslocamento das pessoas da zona rural até a cidade. No entanto, é importante frisar que a passagem pelo rio, como evidenciado na filmagem, é uma opção de atalho que alguns preferem utilizar para evitar a rota completa da estrada que liga a região.
Reiteramos o compromisso da Prefeitura de Crixás com o bem-estar e a segurança dos nossos munícipes, e estamos abertos ao diálogo e à busca de soluções que atendam às necessidades da comunidade.
Nota resposta da Secretaria de Estado da Educação (Seduc/GO)
Em atenção à solicitação de informações sobre o transporte da estudante de Crixás, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc/GO) responde e esclarece:
O transporte escolar dos estudantes da rede pública estadual de Educação é feito em parceria entre Estado e Municípios, firmada em convênio. Anualmente, a Seduc/GO realiza 10 repasses aos municípios parceiros de modo a viabilizar a realização do transporte dos alunos das escolas estaduais e municipais, assegurando despesas com combustível e manutenção;
Tendo em vista que Crixás é um dos municípios parceiros na realização do transporte escolar, a Seduc/GO, por meio da Gerência de Transporte Escolar, Logística e Serviços, está em tratativas com a Prefeitura visando buscar alternativas para melhorar o atendimento à estudante.
Fonte: Secretaria de Estado da Educação – Governo de Goiás / G1
Leia também: Mogli brasileiro: 5 anos perdido na Mata Atlântica