Em 2021, surgia no cenário teatral de Bento Gonçalves e região a peça Fragmentos D’Elas colocando em cena três performers que retratavam o universo feminino por meio de inquietações como abuso, violência, padrões, absurdos e o silêncio, além da questão norteadora: O que é ser mulher?

Nesta imersão, as atrizes Mônica Blume, Marina Martins e Raquel Peres evocam grandes nomes da dramaturgia mundial como Shakespeare, Lorca, Nelson Rodrigues, Eurípedes, para compor o jogo teatral e as mensagens inerentes da peça.

Por meio do Fundo Municipal de Cultura, Fragmento D’Elas volta para mais temporada que inicia a partir do dia 10 de abril para mais seis apresentações no município e região dentro do projeto “Fragmentos D’Elas em trânsito”. Na data mencionada, às 14h30, a Praça CEU abre o circuito. Após, serão realizadas apresentações em Caxias do Sul, Garibaldi e na Fundação Casa das Artes.

Marina Martins, atriz e co-criadora da peça Fragmentos D’Elas, destaca sobre a importância do circuito. “A importância da circulação do Fragmentos é de que a sociedade como um todo tenha mais igualdade em relação à vida das mulheres. Seja ela branca, preta, parda, indígena, cis, trans. Pois, em pleno século XXI, ainda presenciamos agressões, discursos de ódio, abuso e violências. Além de acolher, a peça alerta sobre essas situações e promove a crítica e o manifesto para uma sociedade melhor”.

Marina relata sobre o surgimento da peça forjada da união e da vontade das atrizes bento-gonçalvenses Mônica Blume, Marina Martins e Raquel Peres no ano de 2021. A peça reforça uma tangente feminina na agenda das sociedades, dando voz e vez a uma narrativa forte e essencial para a atualidade. “As atrizes através de pesquisas cênicas e entrevistas criaram a peça coletivamente, com o objetivo de através da linguagem teatral abarcar temas necessários, visando dar visibilidade a minorias e acolher histórias, colocando em sua produção manifesto e denúncia às violências contra a mulher. Dando assim palco para as sensibilidades, medos, desafios e responsabilidades abarcadas no universo feminino”.

As atrizes tiveram como dinâmica nos ensaios jogos, improvisos, trabalho com objetos e com fragmentos de textos clássicos como Shakespeare, Lorca, Nelson Rodrigues, Eurípedes. Assim, surge os Fragmentos D’Elas, onde ao final há um bate-papo com a plateia expressando uma mensagem de resiliência, de compartilhamento e de escuta.

“Por meio do Fragmentos buscamos trazer a atenção as violências sofridas pelas mulheres, denunciar atitudes abusivas e desrespeitosas e acolher histórias e situações vividas por quem sofre violência, se identifica com a peça e traz algo a compartilhar. Por isso, ao final da peça é feito um bate-papo, onde a equipe fala sobre seu processo de produção e criação, e também escuta e acolhe quem deseja compartilhas vivências e histórias depois de assistir ao espetáculo”.

Por meio da circulação, diversos públicos vão entrar em contato com universo que muitas vezes têm correspondência na realidade, colocando em evidência, também, a cidadania cultural e o acesso aos bens culturais como o Fundo Municipal de Cultural proporciona.

Fragmentos D’Elas

Agenda
10/04 – 14h30 – Praça CEU (Bento Gonçalves)
13/04 – 20h – Tem Gente Teatrando (Caxias do Sul)
14/04 – 18h30 – Ecoa (Garibaldi)
08/06 – 19h – Teatro do Encontro (Caxias do Sul)
02/07 – 18h – Fundação Casa das Artes (Bento Gonçalves)

Ficha técnica espetáculo
Elenco: Marina Martins, Mônica Blume e Raquel Peres
Concepção: Coletiva
Direção: Nicoli Maziero Mathias
Dramaturgia: Autoral e adaptações de textos de Shakespeare, Eurípides, Tchekov, Lorca e Nelson Rodrigues
Fotografia e identidade visual: Artur Accorsi
Operação de som e luz: Diane Schizzi Becker
Gênero: Teatro adulto, teatro performativo
Duração: 30 min.
Classificação: 14 anos
Coletivo D’Elas

Sinopse: 
Três atrizes por meio de uma performance teatral retratam o universo feminino e suas inquietações, baseadas em uma pesquisa com diversas mulheres. Dentre estas inquietações habitam o abuso, a violência, os padrões, os absurdos e o silêncio. Estes fragmentos cênicos contam histórias de mulheres de todos os tempos, de todas as classes, de todas as cores e modos de ser. Mas afinal o que é ser mulher? A cena é construída por meio de relatos, textos autorais e adaptação de textos clássicos teatrais. Drama, profundidade e manifesto mesclam-se com pinceladas de comédia e ironia nesta inédita produção.