Uma imagem chamou a atenção de muita gente na TV na última semana: a jogadora de vôlei Jaqueline estava dando uma entrevista ao vivo quando, do nada, desmaiou. Em uma situação dessas, muita gente não sabe o que fazer. Devemos dar sal ou açúcar?
O desmaio é uma defesa do organismo, que, assim como um gerador sobrecarregado, desliga-se repentinamente. É uma reação imediata do nosso corpo quando falta oxigênio no cérebro. No caso da Jaqueline, o desmaio foi causado pelo calor. Ocorre então uma queda da pressão, pois a temperatura corporal interna está muito alta e o corpo precisa perder calor rápido.
Todas as pessoas em situação de extremo estresse físico ou emocional podem desmaiar. Na maioria das vezes, eles não indicam doenças graves. Entretanto, pode indicar um problema de saúde sério.
É importante descobrir a causa do desmaio. Existem várias causas, desde simples até grave. Baixa de glicose no sangue, problemas psicológicos, psiquiátricos, arritmias cardíacas. Sempre que a pessoa tem um desmaio, ela deve procurar um médico.
O que fazer?
Antes do desmaio, a pessoa pode começar a sentir sudorese, palidez, calor, náusea, visão turva e palpitações. Com estes sintomas, é preciso se deitar imediatamente, porque o desmaio é rápido e na queda a pessoa pode se machucar. “É preciso segurar, amparar a pessoa que está desmaiando”, explica a pediatra Ana Escobar.
Para melhorar o fluxo sanguíneo no cérebro, é preciso levantar as duas pernas para cima. Naturalmente o fluxo de sangue irá voltar ao normal e a pessoa irá acordar. As pessoas podem se sentir confusas ao acordar, mas costumam se lembrar do ocorrido. Depois que a pessoa voltar do desmaio, deixe-a calma e faça algumas perguntas a respeito da alimentação. Falta de glicose pode ser uma das causas.
Então, comer algo mais açucarado pode ajudar no controle; o sal, depois de um tempo, pode ajudar a elevar a pressão sanguínea, se a pessoa estiver ainda com a pressão muito baixa; sempre ofereça água.
No último sábado (27), o modelo mineiro Tales Cotta, de 25 anos, morreu após sofrer um mal súbito durante um dos desfiles da São Paulo Fashion Week. De acordo com o comunicado do evento, Tales foi socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu e acabou falecendo. Mas o que pode levar a pessoa a um mal súbito?
Uma das hipóteses no caso do modelo, é que um ataque epilético ou convulsão gerou o problema. Entretanto, é pouco provável que a epilepsia seja a causa da morte. De acordo com o neurologista Luis Otávio Caboclo, o mal súbito provavelmente deve ter sido de origem cardíaca, que parece algumas vezes com uma crise epilética. Só o laudo da morte poderá revelar a causa correta. O laudo deve sair entre 60 e 90 dias.
Mas o que é o mal súbito?
A morte súbita já é decorrente de uma arritmia cardíaca. O coração para de funcionar, não há fluxo de oxigênio no cérebro e o paciente cai desacordado. O atendimento médico tem apenas dez minutos para tentar reverter essa parada cardíaca.
“É um tipo de morte relativamente frequente no Brasil. Dados estimados dão conta que entre 250 a 300 mil pessoas morram assim por ano no País. Normalmente acomete pacientes com mais de 45 anos em decorrência de doença coronariana”, explica o cardiologista Fausto Stauffer, coordenador da área no Hospital Santa Lúcia Norte e diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Distrito Federal.
Em jovens, como o modelo Tales, a explicação pode ser algum problema estrutural do coração; alguma doença que atinja a condução elétrica do órgão; ou doenças genéticas. Por isso, é importante fazer check up, principalmente em atletas que vão competir profissionalmente.
“O paciente pode ser totalmente assintomático até evoluir para uma morte súbita. O jovem que morre em um campo de futebol, ou passarela, não sente nada. A primeira apresentação da doença já é a morte”, conta o cardiologista.
Ainda segundo o especialista, apesar de ter sido ventilado o uso de drogas, jejum e desidratação, fatores que podem potencializar o risco de morte súbita, os três apontamentos isoladamente não levam ao óbito, apenas em casos muito extremos.
Fonte: OSul / Foto: Reprodução Internet