O suco de uva brasileiro conquistou os holofotes durante o 45º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, realizado esta semana em Dijon, França, em celebração ao centenário da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). A pesquisadora Dra. Fernanda Spinelli, representando a delegação brasileira, conduziu uma masterclass que destacou a qualidade e a diversidade dos sucos de uva produzidos no Brasil.
A ação contou com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), por meio das marcas Suco de Uva Brasileiro e The Real Grape Juice of Brazil, iniciativa do Consevitis-RS em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para promover o suco de uva brasileiro no mercado internacional.
A apresentação abordou diversos aspectos da produção nacional, desde as principais regiões produtoras até as características que tornam os sucos brasileiros únicos no cenário mundial. Ela ressaltou o padrão nacional de identidade e qualidade dos produtos, com foco nos teores mínimos de sólidos solúveis, um tema que tem ganhado relevância em fóruns internacionais, como a OIV e o Codex Alimentarius.
Os teores de sólidos solúveis referem-se a substâncias dissolvidas, como açúcares (maior parte), ácidos, sais minerais e compostos fenólicos. Elas influenciam o sabor, o aroma, a cor e a textura da bebida. A pesquisadora também destacou o trabalho inovador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no desenvolvimento de novas variedades de uva, além de discutir o papel do cooperativismo e da sustentabilidade na vitivinicultura brasileira.
Com vagas esgotadas e a presença de participantes de 17 nacionalidades, a masterclass incluiu a degustação de quatro sucos de uva brasileiros, comparados com um produto europeu feito a partir de Vitis vinifera. No Brasil e nos Estados Unidos o suco de uva é elaborado com uvas Vitis labrusca ou híbridas, enquanto na Europa o produto resulta do processamento de Vitis vinifera.
O público, formado por especialistas de países como Ucrânia, Espanha, Portugal, França, Alemanha, Argentina, República Tcheca e África do Sul, expressou feedback extremamente positivo sobre a qualidade dos sucos brasileiros. Muitos dos presentes ficaram surpresos ao saber da produção de suco de uva no Brasil, e o interesse pelo produto nacional foi destacado.
Entre os elogios recebidos, a futura presidente da OIV, Yvette van der Merwe, da África do Sul, que assume o cargo nesta sexta-feira, mostrou-se impressionada com a qualidade dos sucos brasileiros. Yvette e outros especialistas também questionaram sobre a possibilidade de exportação para a Europa, já que atualmente os principais destinos do produto brasileiro são China e Estados Unidos.
O evento também contou com a participação de representantes do Mapa e da Embrapa Uva e Vinho, e pesquisadores do setor vitivinícola nacional, entre eles a Dra. Leila Caldeira, a Ms. Alinne Bernd, o Dr. André Cau e a Dra. Caroline Dani, reforçando a importância do suco de uva brasileiro no cenário global. A delegação foi bastante parabenizada pelos produtos apresentados. A masterclass foi um marco na divulgação dos produtos brasileiros no exterior, fortalecendo a imagem do Brasil como um player global na produção de sucos de alta qualidade, com forte compromisso com inovação e sustentabilidade.