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No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre o aleitamento materno.

Se para grande parte das mulheres amamentar envolve vários desafios, para outras pode parecer algo quase impossível.

Com o manejo correto do aleitamento materno e uma forte rede de apoio, praticamente todas as mães que persistem e desejam conseguem ter sucesso. E o esforço vale a pena, já que os benefícios do leite materno são insuperáveis. Só para citar alguns, ele possui todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento do bebê, se adapta a cada fase da vida e ajuda a prevenir doenças infectocontagiosas, má oclusão oral e condições crônicas como obesidade infantil e diabetes, além de estar sempre pronto e na temperatura correta e ser um alimento com custo zero para as famílias.

Ele também carrega os anticorpos produzidos pela mãe, o que fortalece seu sistema imunológico, e é rico em um tipo de gordura essencial ao desenvolvimento do sistema nervoso. Para a mulher, amamentar facilita a perda de peso e reduz o risco de diversos problemas, como hemorragia, depressão pós-parto, câncer de mama e ovário, obesidade e diabetes.

Alguns fatores podem fazer toda a diferença na amamentação:

REDE DE APOIO

A recomendação mais básica, que vale para todas as situações, é ter a presença de alguém próximo no dia a dia. É preciso um apoio familiar no cotidiano para que a mãe possa se dedicar ao bebê enquanto alguém se ocupa com outras tarefas da casa.

AJUDA PROFISSIONAL

A amamentação envolve um aprendizado da mãe e da criança e cada detalhe importa, desde o posicionamento e a pega da mama pelo bebê até ouvir a mãe e compreender seu estado emocional. Se o pequeno não mama corretamente, podem surgir lesões nos mamilos, inflamação nas mamas, baixa produção de leite, entre outros problemas que dificultam a amamentação e vão agravando o cenário, num círculo vicioso.

LOCAL DO PARTO

A amamentação tem mais chance de começar bem se o bebê nasce numa clínica ou hospital que adota práticas reconhecidas, os chamados 10 passos, que favorecem o aleitamento materno. Entre elas estão o alojamento conjunto para mãe e bebê, o estímulo à livre demanda (amamentar sem horários definidos) e que não ofereça chupeta ou mamadeira sem necessidade, explicando os riscos de causarem um desmame precoce ou até mesmo confusão de fluxo e de bicos.

INFORMAÇÃO CORRETA

Hoje o grande vilão é a má informação no mundo digital. São sites, contas de mídias sociais e influenciadores que, às vezes até com boas intenções, não apresentam um conteúdo correto ou mesmo isento. Há um excesso de informação, mas não de qualidade. Por isso, vale sempre procurar ajuda de profissionais capacitados e atualizados e em fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde, ou instituições de referência, a exemplo da Rede Global de Bancos de Leite Humano.

ACOLHIMENTO

É preciso ouvir essas mães com ouvidos bem abertos, sem julgamentos. Elas já trazem o que sabem, é preciso empatia e boa comunicação para entender suas angústias, medos, inseguranças e dúvidas. Só assim é possível dar a orientação adequada. Há aquelas que chegam ao consultório sem querer amamentar e outras que não conseguem por diversos motivos. Qualquer tempo de aleitamento é melhor do que nenhum e já deixa benefícios para o bebê.

CONSULTA PRÉ-NATAL COM PEDIATRA

Sempre que possível, é interessante fazer uma consulta com o pediatra antes mesmo do parto. Isso é importante para receber orientações básicas sobre o início da amamentação e ter um profissional a quem pedir ajuda.

AMAMENTAÇÃO NA SALA DE PARTO

O contato pele a pele na primeira hora de vida (a chamada golden hour) e o estímulo à amamentação na sala de parto são recomendados, independentemente da via de parto. Se o bebê nascer em boas condições e for possível, ficar com o bebê no colo logo após o nascimento traz inúmeros benefícios, como estimular o reflexo da mamada e a descida do leite (apojadura), acalmar e aquecer naturalmente o bebê e melhorar o vínculo entre mãe e filho, mesmo em partos cirúrgicos.

CUIDAR DA SAÚDE FÍSICA E MENTAL

É importante que a mulher entenda que está passando por uma transição hormonal, que é normal se sentir um pouco triste e que a falta de sono pode piorar o quadro. Por isso, é preciso descansar quando possível (tentar dormir quando o bebê dorme, por exemplo) e manter uma alimentação saudável, já que amamentar consome muitas calorias. Também é recomendado ter uma boa hidratação.