No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre doença cardiovascular em ex-fumantes
Os coreanos acabam de realizar um estudo para responder à pergunta “quanto tempo o ex-fumante leva para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, aos níveis dos que nunca fumaram?”
Publicada no Journal of the American Medical Association (Jama), em outubro deste ano, a pesquisa avaliou o risco de infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva e AVC em mulheres e homens que já deixaram de fumar.
A publicação envolveu grandes números. Foram 5,3 milhões de participantes selecionados no Korean Health Insurance Service Database. Nesse universo, 4,4 milhões nunca haviam fumado, 853 mil ainda fumavam e 104 mil haviam parado de fumar em períodos variáveis.
Além dos números significantes, a pesquisa avaliou a relação entre doenças cardiovasculares e o número de cigarros fumados pelos ex-fumantes, dado que falta na maioria dos estudos semelhantes. Os ex-fumantes foram divididos entre os grupos “light” e “heavy”, que não vou traduzir porque fumantes leves e pesados não fazem sentido em português.
Foram considerados “light”, aqueles que fumaram até oito pacotes ao ano. Ou seja, aqueles que fumaram um maço por dia por até oito anos, ou metade de um maço por dia por menos de 16 anos. “Heavy” foram os que fumaram mais do que oito pacotes ao ano, portanto, um maço por dia por mais de oito anos, ou metade de um maço por dia por mais de 16 anos. Eu, que fumei cerca de um maço por dia por 19 anos, sou considerado ex-fumante “heavy”.
Os resultados mostraram que em ex-fumantes “light” o risco de doenças cardiovasculares cai lentamente em relação ao dos que continuam a fumar, mas só depois de dez anos é que fica igual ao de quem nunca fumou.
Nos que foram fumantes “heavy”, a queda é bem mais lenta. Só depois de 25 anos é que o ex-fumante atinge os níveis de risco dos que nunca fumaram. Eu que parei há 45 anos espero fazer parte desse contingente.
Já o câncer de pulmão é mais vingativo. Embora sua incidência diminua gradativamente no decorrer dos anos de abstinência, a probabilidade de surgir parece nunca igualar a de quem jamais colocou um cigarro na boca.